Violência Obstétrica e Psicologia Hospitalar: Uma revisão narrativa
Palavras-chave:
Violência Obstétrica, Humanização, Psicólogo HospitalarResumo
O presente artigo trata-se de uma revisão narrativa da literatura acerca da violência obstétrica. Foram consultados 21 artigos reunidos dos bancos de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e da Scientific Electronic Library (Scielo), publicados entre 2015 e 2021. Os estudos demonstram que a violência obstétrica sofrida pelas mulheres é marcada pelo desrespeito, negligência e omissão de informações, em razão da falta de protagonismo no pré e pós-parto. Diante disso, é imprescindível garantir o respeito a sua saúde sexual e reprodutiva com o processo de humanização, que pretende reforçar o direito à atenção integral à saúde. A partir da compreensão do fenômeno da violência obstétrica, essa pesquisa discute as possibilidades de atuação do psicólogo hospitalar em seu enfrentamento desta problemática. Constatou-se a associação da violência obstétrica à hierarquia na relação médico-paciente e às condições estruturais da instituição, o que favorece a manutenção do adoecimento psíquico das parturientes. Frente ao quadro, a atuação do psicólogo hospitalar envolve acolher o sofrimento decorrente da violência, promover grupos para reflexão e troca de experiências, além de sensibilizar outros profissionais. Dessa forma, o trabalho do psicólogo, por meio da escuta qualificada, pode contribuir para a elaboração simbólica e ressignificação subjetiva dessas mulheres.